quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Hélcio #heroínaalexandrelinhares7anos


O Hélcio Diz:
"UMA HISTÓRIA SOBRE MONSTROS, FADAS, HERÓIS E HEROÍNA
Enfim, chegou o dia do primeiro baile de 15 anos. Roupa social, valsa, velas e bolo vivo. Era aniversário da prima, grande festa em buffet "chique"da cidade. Data para ter o primeiro terno, a roupa de festa que simbolizaria o ingresso como adolescente nos protocolos festivos da sociedade. A mãe se empenhou para isto. Comprou o tecido nas Casas Buri. Um linho creme para paletó e calça. No alfaiate perto de casa, uma noite para escolher o modelo, tirar medidas. Alguns dias para a primeira prova. Fita métrica, alfinetes aqui, alfinetes ali, tudo para ajustar a modelagem ao corpo. Havia combinado de buscar a roupa pronta no dia, um sábado, tarde quente de novembro. Ansioso, foi até a casa do alfaiate, feliz da vida para o grande momento. Chegou e deparou-se com o novo terno, um cadáver dissecado em um cabide pendurado na janela veneziana. Roupa inacabada, do mesmo jeito que havia sido deixada na última prova. O alfaiate não o atendeu. Recebeu a notícia pela esposa. O marido havia deixado para finalizar os ajustes de véspera, havia se embriagado no dia anterior. Voltou para casa desolado. Quando chegou, enquanto todos se aprontavam, caiu no choro, desesperado por não ter roupa para ir a festa. Nenhuma Fada Madrinha para transformar abóboras em terno. A vida passou. Jamais voltou a usar roupa na medida. Resistiu a ideia de usar códigos de vestir, roupas formais para festas.


Até que um dia...um sábado, tarde quente de novembro...

Iria participar de um evento para votação dos melhores projetos de conclusão de curso. Agora professor de moda, suas alunas concorreriam ao prêmio. Queria estar bonito, vestido com uma peça de design. Conheceu a Heroína. Plantas, samambaias, água em filtro de barro e araras repletas de artes-vestíveis. Se deparou com uma camisa, malha simples, tecido reutilizado, cheio de histórias. Ela era repleta de recortes verdes e azuis, detalhes que atraiam a atenção do olhar. Foi inevitável a aproximação, o toque, a prova. Vestiu, serviu. Em frente ao espelho, não era uma Fada. Era o Mago da Heroína que alfinetava toda a peça. Ajustes de caimento. Alfinetava, alfinetava e contava histórias. De tecidos, de roupas, de pessoas...
Havia combinado de buscar a camisa pronta no dia. Entrou, provou. Mais ajustes. Espelho, alfinetes, samambaias, água em filtro de barro, ajustes, o barulho das máquinas de costura. Saiu da loja, peça de roupa ajustada ao corpo, sob medida. Saiu feliz. Na memória, a lembrança da história do alfaiate "bebum". No rosto, o sorriso e o encantamento proporcionado pelo Mago-artista. Usou a camisa-arte no evento. Se sentiu bem. Não era um baile, mas como se fosse. Pessoas repararam o traje. Queriam olhar de perto, tocar a obra. As alunas de moda ganharam o prêmio. Naquela noite, se sentiu feliz por ter em sua vida Heróis, Magos e Heroína."


E você? Tem uma história incrível para nos contar? Você tem até dia 04.12 para enviar. Corre pra lá:https://www.facebook.com/heroinaalexandrelinhares/photos/a.196270593804924.39838.143855952379722/686502931448352/?type=1&theater

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