Tem-se falado da polêmica do desfile do Rick Owens - com os modelos com os pênis de fora. Quero lhes apresentar "santa chorando sangue", a coleção que eu fiz ano passado, mais precisamente em abril de 2014, quando na verdade eu queria apenas mostrar as peças da coleção, e nada mais, num corpo puro e bruto. Me utilizei do meu próprio corpo e, quando blusas, o pênis aparecia por baixo. Você pode ver a coleção completa
aqui
Antes ainda, em
"a coleção que discute a camisa-de-força" 012, para que a coleção estivesse amarrada por completo, não deixando nem uma lacuna desatada, eu precisaria entrar nu ao final do desfile. Esta ação selaria o texto que eu narro durante o desfile, o de estar liberto - e não amarrado - dos conceitos morais do outro. Infelizmente a produção do desfile não comprou a ideia. Eu aceitei, mas não concordei. Então pedi para a Gio Soifer me fotografar nu e estampei uma camiseta em tule com a imagem. Não estava sem roupa na passarela, mas apresentei meu corpo despido na minha roupa, minha alma entrou liberta.
Foto de Jeff Hala
Me utilizei deste tema para a postagem de hoje aqui no blog para mostrar que por aqui também se pensa a expressão através do vestir, e não é porque algo aconteceu na semana de moda de Paris que é legal, inédito e novo. O Brasil - Paraná, Curitiba - tem muitos artistas incríveis, mas que estão sempre na sombra, na sombra de uma sociedade que só da valor para aquilo que não é nosso, para o importado, estrangeiro, que sustenta um status de internacional. Essa realidade precisa mudar, e quem pode mudar somos nós. A mudança não começa pelo vizinho e sim por você!
Abaixo, foto do desfile do Rick Owens - Inverno 2016
trajar uma peça de roupa é uma expressão artística genuína
peças de arte vestíveis
Stücke von tragbarer Kunst
pieces of wearable art
piezas de arte para vestir
oeuvres d'art portables
藝裳.衣裳
um pouco da nossa história e todas as coleções, em:
heroína - alexandre linhares
al. prudente de moraes, 445
+55.41.3233.4810