Um dia eu conheci o Lano, enquanto ele ainda nem era namorado da Marina, e comentei com a Bruna que "quando eu tivesse uma marca, eu queria esse cara pro nosso catálogo". Em 2007, quando a heroína nasceu, eu tive a honra de fotografá-lo pra nossa primeira coleção "heroína".
Foto Alexandre Linhares
Para "old school", minha amiga Di Silva complementou a coleção com seu charme e beleza. Nos conhecemos em 2000, trabalhamos juntos, sonhamos juntos. Foi com a Adri que eu descobri a beleza de ser negro. Minha Consciência Negra eu devo a ela.
Foto Alexandre Linhares
A guinense Sulita viu uma grande amiga trajando um vestido Heroína - Alexandre Linhares e encomendou um pra ela. Mais tarde, quando as "heroínas aladas" precisavam de asas para voar, a guerreira deu então forma ao meu maior desejo em "heroínas aladas 2º ato". Pra Sulita eu escrevi um texto:
O que tens que incomoda tanto? Que faz ter-te medo a ponto de tentarem te excluir? Um dia te fizeram sofrer, mas tu mesma te fizestes exaltar - foi só o tempo passar. És linda como és e o tempo é teu aliado - não é teu inimigo... jamais o passar dos dias acabará contigo... como já não acabou. Acabará com as outras, cuja pele não suporta, não se sustenta, as rugas aparecem, a pele cede... a tua pele suporta, te ostenta! Apenas com o tempo chegastes no hoje, em que governas o mundo! És uma deusa sem igual, uma heroína que carrega nas costas a vitória. És linda. Rainha esculpida em bronze, mármore cintilante enebrecido, és enigmática como a noite, espetacular como as estrelas, o cetro é teu, óh deusa africana. Reinas soberana e única, és elegante como o preto, jamais passas despercebida. Tuas raízes propagam as raízes do mundo, viemos todos de tí, Mãe do Mundo. Queria te imortalizar, para no dia em que mais nada existir, tenhamos ao menos beleza para admirar. A beleza salva tudo, digna mãe África. Tu és a Mãe de todas as estrelas, a Deusa da Noite - e seria uma covardia se as flores tivessem a tua cor. Navios carregaram teu nome, da tua boca saímos todos nós e da tua pele, o que existe de mais fino nesta terra de meros mortais.
Foto Paola Zadra
A Marina eu conheço desde pequenininha, desde que ela ia "aprender a ler para ensinar os camarada". Era inevitável que ela seria a nossa cara. Sua primeira aparição foi em "querido Franz,"
Foto Gio Soifer
depois ela foi madrinha em "o amor embalado" dando vida ao vestido "ponte".
Foto Robson Chaves
Na "a coleção que discute a camisa-de-força" a Thifany ficou 3 meses bordando um tule de algodão com paetê transparente, e este vestido precisava de alguém à altura para suspirar vivo na passarela, sussurrar.
Foto Josiana Rezzardi
Quando chegou o momento da grande entrada, precisávamos ter no "elenco" a Marina. Ela é parte da história, ela é parte da minha história.
Foto Karla Gironda
E nos corredores do PBC conheci a Elza que me apresentou a sua filha Gabi "que faltavam míseros centímetros para a passarela". Pode faltar pra "eles", pois pra mim a Gabi esbanja tudo. Ela foi uma das passarinhas de "compacto duplo".
e a Marina também.
Foto Emi PhotoArt
Sábado passado, a maior de todas usou uma flor da Marli (flor esta exclusiva para a Heroína - Alexandre Linhares) em seu show na Corrente Cultural.
Foto Maringas Maciel
Hoje é um dia muito importante. 20 de novembro deveria ser Feriado Nacional, desses que a banda vai pra rua e fazemos prostrações e reverências a estas pessoas de garra. Deveríamos pedir-lhes perdão por séculos de ignorância, deveríamos beijar-lhes os pés e agradecer por sua contribuição ao mundo. Caso isso purificasse-nos o passado, ofereceria minha carne a chibatadas, mas seria impossível reparar todas as pedras carregadas simplesmente por serem negros.
a benção, Mãe Menininha. a benção, Bispo do Rosário. a benção, Elza Soares. a benção, Luiz Gonzaga. a benção Pixinguinha. a benção, Clementina de Jesus. a benção, Alek Wek. a benção, Naomi. a benção, Cartola. a benção, Jair Rodrigues. a benção, Jamelão. a benção, Dona Edith. a benção, Luiz Melodia. a benção, Gil. a benção, Wilson Simonal. a benção, Michele Mara. a benção, Tim. a benção, Jorge Ben. a benção, eu também sou negra!
trajar uma peça de roupa é uma expressão artística genuína
peças de arte vestíveis
Stücke von tragbarer Kunst
pieces of wearable art
piezas de arte para vestir
oeuvres d'art portables
藝裳.衣裳
um pouco da nossa história e todas as coleções, em:
heroína - alexandre linhares
al. prudente de moraes, 445
+55.41.3233.4810
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