É fácil distinguir suas roupas, mesmo sem ver a etiqueta. - Leandra Francischett
No centro, o estilista Alexandre Linhares; Nereide Michel, coordenadora do PBC, com roupa da Heroína; e a modelo transexual Maitê Schneider. |
Peças desconstruídas e abotoamentos fora do tradicional são algumas
características de Heroína, de Alexandre Linhares, que atingiu o
objetivo de todo estilista: ser identificado pelo seu trabalho. Vestidos
amplos, sem marcação da cintura, comprimentos no joelho ou mais abaixo e
texturas diferenciadas. Ele "brinca" com as costuras, com áreas
dobradas e retorcidas. Alexandre não corre o risco de cair na mesmice ou
de tornar uma coleção enfadonha, com impressão de "isso eu já vi".
Sua coleção inverno é inspirada nos cinemas de rua e, ao invés de
música, o desfile contou com a narração de Alexandre, que falou sobre
suas próprias experiências e sobre os cinemas de Curitiba, nos anos
1940.
O estilista valoriza a moda como expressão artística, sem perder o
caráter comercial. Este é seu terceiro desfile no PBC. Em 2011, a marca
desfilou a coleção "Deus", na qual abordou a criação. A trilha sonora
era formada por gemidos de uma mulher no parto. No desfile de verão,
apresentado no 6º PBC, em junho, o título foi "A coleção que discute a
camisa de força" e agora fez praticamente uma continuação. Sua principal
crítica é que "as pessoas seguem o fluxo e não analisam a história e a
memória". Alexandre fala do "descolorimento" e da ruína causada pelo
descaso da sociedade.
Transexual
Seu trabalho valoriza as diversidades e no 7º PBC trouxe para a passarela a transexual Maitê Schneider como modelo principal.
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